Infoeducação

As interrogações da Infoeducação dirigem-se não apenas aos modos de fazer, aos procedimentos implicados nos processos de apropriação simbólica; dirigem-se, sobretudo, às dinâmicas implicadas na construção das significações, aos sentidos da ordem cultural. Nesse aspecto, coloca os sujeitos em situação de protagonistas, de analistas conscientes das artimanhas do conhecimento, lançando-os, nas dimensões superiores do metaconhecimento. (PERROTTI & PIERUCCINI, 2008: 89).

Definida como linha de estudos e de ações socioculturais que se ocupam da dimensão formativa da informação, tendo em vista processos de mediação e apropriação de saberes informacionais, a infoeducação é apresentada a partir de premissas teórico-metodológicas que a distinguem de abordagens funcionalistas e meramente procedimentais, alavancadas pela noção educacionalmente restrita de competência informacional, mas que vêm pautando grande parte dos trabalhos dedicados à information literacy, no país e fora do país.

A formulação do conceito de infoeducação, fundamentada em investigações teórico-práticas, redefine relações históricas e assimétricas existentes entre informação e educação, articulando-as de forma dinâmica e não hierarquizada. Trata-se de ruptura epistemológica e prática que, além de  desenvolver um corpo de distinções teóricas e metodológicas, abre trilhas para a superação de abordagens restritas, focadas apenas em perspectivas procedimentais e adaptativas que, como no passado,  subordinam o campo da informação ao da educação, atitude desconectada da realidade  cultural contemporânea.

A infoeducação é um passo além científico-profissional. Sua abordagem transdisciplinar e sociocultural permite-lhe ocupar-se tanto das dimensões epistêmicas fundamentais, envolvidas nas relações entre informação e educação, como fornece bases para que bibliotecários, museólogos, arquivistas e os dispositivos em que atuam ganhem centralidade e essencialidade nas dinâmicas de apropriação de informação, conhecimento e cultura, em nossa época.

“Ensinar a buscar informação, a pesquisar, a desenvolver o espírito e a autonomia investigativos são aspectos centrais incluídos nos programas de educação para a informação. Sem tais competências e atitudes o sujeito não consegue apropriar-se das informações necessárias à construção do conhecimento, nem desenvolver atitudes de interesse em conhecer, mesmo se exposto aos diferentes produtos culturais. Disponibilizar, oferecer simplesmente o acesso às informações, funciona em quadros em que o domínio dos instrumentos do conhecimento pelos sujeitos já se efetivou. […] Sem estruturas socioculturais que lhe dê apoio, sem saber buscar informação, a maioria dos sujeitos perde-se nas tramas do conhecimento, sem condições de apropriar-se nem da memória, nem dos saberes de seu tempo. Está incapacitado, portanto, para inventar e projetar o futuro”. (PIERUCCINI, 2004: 11)

Leia Projeto de Pesquisa, acessando o link – http://wp.me/PrkKr-aj

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