Tradição oral

TRADIÇÃO ORAL  ou conhecimento oral é a cultura material e tradição transmitida oralmente de uma geração para outra.[1][2] As mensagens ou testemunhos são verbalmente transmitidas em discurso ou canção e podem tomar a forma, por exemplo, de contos, provérbios, baladas, canções ou cânticos. Desta forma, é possível que uma sociedade possa transmitir a história oral, literatura oral, a lei oral, e outros saberes entre as gerações, sem um sistema de escrita.

Uma definição mais estreita de tradição oral é, por vezes apropriada. [1] Sociólogos também podem enfatizar a exigência de que o material é realizado em comum por um grupo de pessoas, ao longo de várias gerações, e pode distinguir tradição oral do testemunho ou da história oral. [3] Em um sentido geral, “tradição oral” refere-se à transmissão de material cultural através da emissão vocal, e foi por muito tempo considerado um descritor-chave do folclore (um critério não mais realizado rigidamente por todos os folcloristas). [4] Como uma disciplina acadêmica, refere-se tanto a um conjunto de objetos de estudo e um método pelo qual eles são estudados[5] — o método pode ser chamado variadamente de “teorias da tradição oral”, “a teoria da composição oral-fórmula” e a “teoria de Parry-Lord”(em homenagem a dois dos seus fundadores; veja abaixo). O estudo da tradição oral é diferente da disciplina acadêmica da história oral, [6] que é a gravação de memórias pessoais e histórias de quem experimentou épocas ou eventos históricos. Ele também é distinta do estudo da oralidade, o que pode ser definido como o pensamento e a sua expressão verbal em sociedades onde as tecnologias de alfabetização (especialmente escrita e impressão) não estão familiarizados com a maioria da população. [7]

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Referências

  • VANSINA, Jan. Oral Tradition as History, 1985, James Currey Publishers, p. 27-28. Vasina define tradição oral como “mensagens verbais onde são relatadas declarações da geração atual”, que “especifica que a mensagem devem ser declarações orais faladas, cantadas ou gritadas apenas em instrumentos musicais”; “Deve haver transmissão por palavra por pelo menos uma geração”; ressalta que “nossa definição é uma definição funcional para o uso de historiadores. Sociólogos, linguistas ou estudiosos das artes verbais propõem sua própria, que em, por exemplo, sociologia, salienta conhecimento comum. Em linguística, características que distinguem a linguagem do diálogo comum (linguistas) e nas características das artes verbais de forma e conteúdo que definem arte (folcloristas).”
  • KI-ZERBO, Joseph: “Methodology and African Prehistory”, 1990, UNESCO International Scientific Committee for the Drafting of a General History of Africa; James Currey Publishers; veja o capítulo 7; “A tradição oral e sua metodologia”, p. 54-61; na página 54: “tradição oral pode ser definida como um testemunho transmitido de geração em geração. Suas características especiais são que é oral e a forma em que ele é transmitida”.
  • HENIGE, David. “Oral, but Oral What? The Nomenclatures of Orality and Their Implications” Oral Tradition, 3/1-2 (1988): 229-38; na página 232, Henige cita Jan Vansina (1985). Oral tradition as history. Madison, Wisconsin: University of Wisconsin Press.
  • DEGH, Linda. American Folklore and the Mass Media. Bloomington: IUP, 1994, p. 31.
  • DUNDES, Alan, “Editor’s Introduction” para The Theory of Oral Composition, John Miles Foley. Bloomington, IUP, 1988, pp. ix-xii.
  • HENIGE, David. “Oral, but Oral What? The Nomenclatures of Orality and Their Implications” Oral Tradition, 3/1-2 (1988): 229-38. p 232; Henige cita Jan Vansina (1985). Oral tradition as history. Madison, Wisconsin: University of Wisconsin Press.
  • ONG, Walter, S.J., Orality and Literacy: The Technologizing of the Word. Londres: Methuen, 1982, p. 12.

FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradi%C3%A7%C3%A3o_oral

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